Apresento a vocês algumas pessoas com as quais compartilho minha rotina do lado de cá. Não é fácil conviver com tanta diversidade cultural, mas é recompensadora a interação humana. Cada um com seu trejeito, com suas características, gostos, preferências, referências. Um objetivo comum, embora nem todos o apreendam da mesma forma. Saberes convergentes e que se completam. Opiniões divergentes, mas que ainda assim se completam parte das vezes.
Nosso grupo de expatriado habita em dois prédios. Somos 11 pessoas na Maison Marela, 4 na Maison Camayenne e 2 que habitam em outros bairros diferentes. Entre os expatriados temos 3 pessoas que estão aqui com suas famílias. E, claro, além de nós, tem o staff nacional que é em maior número (mais ou menos uma centena) e que está espalhado pela cidade.
A rotatividade dos expatriados é relativamente pequena, pois o tempo de contrato para a missão na Guiné varia de 6 a 12 meses. Mesmo assim, a renovação acontece sistematicamente, já que o início e o fim dos contratos não coincidem. Ou seja, sempre tem alguém chegando e sempre tem alguém partindo. Não necessariamente nessa ordem.
De qualquer forma, temos a oportunidade de conhecer um pouco mais as pessoas e por um período maior. Isso ajuda a estabelecer um laço de proximidade… ou não! Obviamente, sempre tem aqueles que preferem ficar no seu canto. Além do que, a formação de “tribos” é natural; faz parte da nossa natureza humana. Aqui o agrupamento varia de acordo com a afinidade pessoal e cultural. Entretanto, tem um resquício de geração: os “mais jovens” passam bastante tempo juntos e os “mais maduros” interagem com maior frequência entre si. De minha parte, transito entre Guaranis e Ye’Kuanas, embora me enquadre melhor no grupo dos “mais maduros”.
Bem, jovens ou maduros, uma coisa é certa: todos nós gostamos de passar uma parte do final de semana no terraço, trocando ideias e ouvindo música!! Geralmente preparamos alguma coisa juntos e sentamos no terraço para almoçar. No meu andar (primeiro) compartilhamos a área comum com dois outros expatriados que moram no térreo. Durante a semana, quando voltamos do trabalho, passamos todos pela cozinha para fazer um suco e depois nos sentamos no terraço para “tricotar”. Da mesma forma que os expatriados vão-e-vem, as histórias circulam pela “rádio peão” (mas, não com a mesma frequência!!). É impossível evitar o disse-que-me-disse, então rapidamente, a vida privada se torna pública. Simples questão de minutos. É uma verdadeira comunidade!
Para além dos “causos de bastidores”, compartilhamos nossas conquistas do dia e nossas frustrações. Um apoia o outro. Sobretudo, buscamos uma compreensão comum sobre o nosso papel aqui e sobre a importância desse projeto para a Guiné. Noves fora, também nos divertimos. Aliás, final de semana é sagrado. Sempre tem alguma coisa para fazer, muito embora a gente dê uma fugidinha para o escritório, na esperança de colocar em dia o trabalho.
No final de semana passado, por exemplo, teve uma super festa com todo o staff de expatriados e guineenses do MSF da Bélgica e da Suíça. O evento foi na sede da nossa coordenação e tive a oportunidade de registrar os preparativos. Fiquei impressionada com a quantidade de gente e com a forma como a comida foi preparada. Lembra-me das festas interioranas em que os vizinhos se juntam para cozinhar no quintal da casa de um deles e transformam a preparação numa festa a parte. O pessoal aqui também é bem animado!!
Andrea é uma família!!!
Muito legal…. gente animada, com cara de festeiros e simpáticos.
bjs
Dra. Andréa, boas…
Equipe é tudo, é isso que falta na educação, EQUIPE! As festas são sempre os momentos de entrelace, de conhecimento. achei curioso a oração, prece, reza, não sei como qualificar; que religião domina a cultura o npublico de atuação dos MSF.
Abraços,
SJ
Lindas fotos, como é bom conhecer um pouco dessas pessoas maravilhosas !!! Um gde abraço para todos e que Deus os abençoe !
Oi Andrea!
Sempre que consigo, acompanho o seu blog! Adoro os seus textos, fotos e reflexões!
Um grande abraço e beijo.