
Das experiências que a vida nos proporciona, sempre tem aquelas que reverberam dentro nós em proporções gigantescas. Embora eu acredite que todas as nossas vivencias sejam frutíferas de alguma maneira, reconheço o potencial que algumas delas têm para nos virar do avesso ou, melhor ainda, para abrir nosso caminho no rumo preciso do crescimento. Elas são mágicas pela oportunidade que nos concedem de irmos além, mesmo que seja um pequeno passo a cada vez.
A motivação pode vir de singelos encontros com amigos ou de uma simples leitura. É desnecessário medir a intensidade com que somos capturados pelo desabrochar da consciência. Basta entendermos que pequenos toques são suficientes para nos acender um holofote inteiro de sabedoria e, então, tudo parece que vai se abrindo à nossa frente e fazendo sentido. Há uma série de coisas que podem acontecer à partir disso, mas vamos com calma, temos bastante tempo para saborear os detalhes sutis primeiro.
Sim, tempo é o que mais dispomos, ainda que estejamos mergulhados na correria alienante dos nossos dias. Convenhamos: essa cobrança de que tudo precisa ser resolvido agoraqui é escravizante e nos deixa exaustos. Podemos relaxar no fluxo, como dizem por aí, e valorizar mais os instantes de cada experiência, por mais insignificantes que pareçam aos nossos olhos.
Afinal, como nos alerta a fábula do cavalo branco: nunca sabemos exatamente qual é o fim da história. Uma coisa sempre vem amarrada nas demais e, juntas, fazem parte de um propósito maior que nos escapa à compreensão. Nem sempre entendemos a razão por trás daquilo que está acontecendo, mas isso apenas quer dizer que desconhecemos o sentido exato daquela experiência, naquele momento presente. Muito provavelmente, acabaremos apreendendo melhor o acontecido depois que ele já passou. E, por causa disso mesmo, podemos confiar no eterno clichê: calma, tudo passa!
Conversando com um grande amigo sobre a falta de perspectivas mais claras sobre o futuro do mundo, ele fez uma analogia muito interessante que nos ajuda a pacientar o coração quando tudo parece meio perdido e sem finalidade. Para ele, nossa existência pode ser concebida como um grande bordado cósmico, mas nós temos uma noção limitada do desenho que está sendo composto. Por isso, muitas das vezes, deixamos de perceber a importância de determinado evento e caímos no vazio de afirmar sua irrelevância. Que tolice, retrucaria o universo diante de nossa descrença e até ignorância.
O bordado, dizia ele, vai sendo cerzido de acordo com a sintonia das nossas pequenas mãos com a agulha e as linhas. Também depende da nossa capacidade de reconhecer o aro em que o universo traçou sua obra prima. Ele, esse grande mistério cósmico, tem um desenho para cada um de nós. Mas nem precisamos torcer o nariz para isso, pois podemos, sim, bordar livremente. É com o tempo, ponto por ponto, que o resultado “final” vai se mostrando, independentemente do que seja esperado em relação à nossa habilidade de enxergar o todo.
Como disse meu amigo, damos um pontinho por vez nesse grande bordado cósmico, sem muito saber com o que estamos colaborando. Há casos em que usamos mais o ponto ziguezague e, com frequência, acabamos impelidos ao ponto atrás. Faz parte! Recuar no bordado pode ser necessário para retomar o traçado com mais propriedade e amadurecimento. Algumas pessoas apreendem melhor o desenho de suas vidas. Talvez elas consigam captar mais rápido ou melhor como as coisas estão conectadas e, desta maneira, capricham ainda mais no ponto corrente para seguir deslizando a agulha naturalmente.
O fato é que, apesar de complexo e trabalhoso, todo bordado tem suas características próprias e há casos em que o ponto cheio está completamente vazio da nossa emoção de viver a grandeza daquele trabalho. Por isso, voltando ao início deste “conversê”, só se encontra o avesso perfeito quando o ponto é feito com dedicação plena.
Isto significa entregar a alma àquele minúsculo exercício, sem apertar demais ou afrouxar muito a linha. A medida certa é proporcional ao entendimento de que cada um serve a um propósito maior, sem mais, nem menos valor. Entender que cada passo, cada despertar pela manhã, cada atitude, cada escolha, são pequenos ir-e-vir da agulha para bordar a eternidade do nosso vir a Ser. Então no final, que já sabemos que inexiste, simplesmente transbordamos!
Que delícia ler esse texto! Me fez imaginar o bordado q ando tecendo!
Desejo que encontre muita realização e alegrias em teu bordado, Silvana!!
Um abraço afetuoso 🙂
Andréa, vc é uma das pessoas mais doce e espiritualizada que eu conheço; que Deus te abençoe sempre mais!
Alda, querida, agradeço de coração por suas palavras e vibrações de amor. Que Deus nos abençoe a todos!! 🙏🏼😘
Bom dia 💐🌸🌷
Suas mensagens são sempre plenas e chegam no momento exato.
Faz algum tempo que venho pensando no meu trabalho final(que não acaba🤭).
Muito introspectiva e sempre clara sua mensagem.
Tenha um ótimo dia 😘
Simone, fico feliz em contribuir com tuas reflexões.
Que elas te proporcionem caminhos de felicidade!!
beijos e ótimo domingo pra voce e sua família 🙂
Andrea querida! Você
me surpreende a cada dia com a sutileza , inspiracao e pureza com que escreve .
Louvada seja sua mente e sua percepção em poder transmitir a todos que queiram crescer e refletir em sua caminhada 🧘♂️
amém! obrigada por suas palavras e incentivo, Sula! 🙂
Obrigada Silvana pela indicação do texto no grupo. Que gostoso de ler,que significativo! Amei!
Beatriz, obrigada pelo comentário e seja bem vinda a este espaço de reflexão.
abraço afetuoso 🙂
Cuidando com carinho para que meu bordado resulte em algo de bom.
Treinamento diário de equilibrar meus pontos – frente e verso.
Muito boa sua chamada para reflexão, como sempre.
Bjs
Muito bom, Fatima!!
Vamos caprichar nos pontos e colher alegrias com o nosso bordado.
bjkas 🙂
Ola Andrea, mais um texto maravilhoso!! Muito bem bordado!!!
Oiee, Mauro! Obrigada pelo incentivo.
Abraço afetuoso 😉