Oh lindo!
Parece que o sol está se levantando. A vida lá fora já dá sinais de que a vizinhança desperta. O dia promete agitação. Cheio de trivialidades para garantir o funcionamento da engrenagem. Mas repleto de acontecimentos e relatos para lembrar que o tempo passa e a lua muda um pouquinho a cada noite, mesmo que imperceptível aos nossos olhos.
Aos poucos, os pedreiros vão chegando e batucando suas ferramentas. Entre uma batida e outra, muito papo e algazarra. Discutem o resultado do jogo de ontem e a dificuldade para chegar em casa por causa de uma tal “manifestação”. Uns contra, outros a favor da troca do técnico de futebol. Sobre a política, pouco entendimento a respeito das reivindicações e muita reclamação pelo estrago que os manifestantes extremados fizeram no centro da cidade.
Oh lindo!
Os pássaros cantam, as motos roncam e a furadeira começa a trepidar os tímpanos. Daqui a pouco é hora do recreio das crianças na escola ao lado. Muita alegria sobe com o vento, misturada com o ranger do balanço no parquinho e os gritos da professora. Chega dentro de casa, provocando curiosidade e uma vontade louca de correr até a janela para ver quem está tirando a “tia” do sério.
Oh lindo!
Depois de uma noite curta, nada melhor do que uma manhã prolongada na cama. Mas os sonhos passam a se confundir com o mundo real. Difícil transitar por entre as nuvens quando o sol invade as frestas da cortina e o trabalho convoca nossa consciência a colocar as mãos na massa. Viver em comunidade não é tarefa tão fácil.
Olinndoo!
Nosso despertador começou a tocar mais cedo hoje: o papagaio do vizinho continua chamando insistente.
“Ah, seu Olindo, não dá para prolongar a madrugada?!”
Bem light este post , Andrea!!!!
Adorei!!! Senti olhinhos brilhando de alegrias… Espero
estar certa.
Saudades, sumida.
Bjs.