Aceitando o fluxo da vida

Vou me sentindo e caindo da realidade, suavemente. Aos poucos estou interagindo com a nova estação e com os seus visitantes. Entendo que não dá mais para fazer muitos planos. Depois que coloquei os dois pés no fluxo da vida, o negócio é “deixar ela me levar” quando e para onde tiver que ser.

Num é que estou adorando perder o controle das coisas…. que aprendizado!!! Resolvi experimentar o papel de “gente obediente” e aceitar as “coincidências” de coração aberto.

O processo de mudança é continuo, mas ainda assim, algumas delas parecem mais radicais. Lidar com as escolhas e adaptar os passos para melhor aproveitar o caminho exigem uma condição de concentração que nem sempre disponho. Por isso apanho. Mas, de novo, também aprendo.

Bach disse que “aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe.” De onde deduzo e concordo com São Tomé que o auto conhecimento pode ser a chave mestra, que abre, simultaneamente, as portas da profundidade de todas as coisas. Marca registrada da sabedoria.

Para des-cobrir me pergunto…

A resposta que tenho encontrado dentro de mim é sempre contundente, no sentido de reconhecer que a minha trajetória vem se encaixando tão perfeitamente que não posso reclamar de nadinha. A angústia surge apenas porque nem sempre consigo perceber essa sincronia com antecedência ou no momento em que as coisas estão em curso. Só depois do ocorrido é que percebo o quanto aquilo era/é necessário e faz parte do meu caminho.

Enfim, vou aprendendo a me resignar e a confiar mais na entrega: seja sempre feita a vontade Divina!! Ainda assim, fico pasma com a sincronia do universo!! Porém, de boca aberta, faço as malas e me preparo.

Selecionar, empacotar, limpar, desapegar, guardar, para depois mudar, pode até parecer chato no meio da bagunça, mas depois de concluída esta etapa, dá até pra curtir a leveza da alma…. e da bagagem!!

Voltar para o ponto de partida, depois de muito caminhar, experimentar, crescer, amadurecer, ampliar horizontes, etc., etc., com bagagem suficiente para traçar um novo plano de vôo, não é voltar para o mesmo rio.

Bem, as coisas são como elas podem ser, no momento em que acontecem. Os equívocos, portanto, são relativos. Embora traçar novos planos de vôo seja uma condição da natureza do nosso ser, não podemos nos furtar de usufruir da prerrogativa de apenas entrar no fluxo!!!

Estar por inteiro nesse processo tem me custado às entranhas, mas tem valido cada segundo. Sigo saboreando cada sopro do vento.

Diante do inusitado, todas as mudanças previamente planejadas, intensamente desejadas, sabiamente preparadas, fazem com que tenhamos que exercitar ainda mais a flexibilidade da alma e o descobrimento do ser. Isso é muito bom!!

Em meio a lágrimas e alguns momentos de profunda tristeza, tenho descoberto muita energia para transmutar o que outrora parecia negativo, em novas oportunidades. De fato, não dá para encarar tudo isso de outra forma. Quem mandou lançarmos os desejos às estrelas? Quem mandou lançarmos os pensamentos aos ventos? O cosmo não pede licença e só nos resta estender as mãos para alcançar o bumerangue com mais disposição. Cada uma dessas vibrações encontrou sua devida ressonância e agora é o tempo de fazer a síntese.

Tudo isso parece mesmo é com a jornada do herói! Lutas, guerras, campos minados, buscas, descobertas, encontros, fortalecimento, resignação, desapego… tudo regado a muita sincronia com o universo!!

Estou sem pressa…

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